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CONTOS

Cá estamos porque chegamos: um conto para o meu sobrinho

Esta é uma carta que chegará com anos de atraso, falando sobre os dias que a memória não alcança. Um conto epistolar escrito a um sobrinho ainda bebê. 

"Ontem você chorou de dor e resolvi lhe escrever estas palavras. [...] Tantas coisas ainda têm tão pouco significado que é como se tudo ainda não tivesse nascido. Tudo ainda está por chegar, embora você já esteja aqui. 
Em outras palavras, quando nos damos conta de que estamos aqui, há muito tempo chegamos e nem percebemos o processo gradual de todas as outras coisas que chegam. É uma das trapaças da vida: só percebemos aquilo que foi, não aquilo que é. O dia de hoje só chega amanhã."

Há Pouco

É uma pena que um livro possa estar em mãos ou sobre a mesinha de cabeceira sem que jamais chegue a sussurrar em nosso ouvido aquilo que tão devotadamente tem para nos dizer. Ele só se acende vivo e nos segreda o que guarda caso nós mesmos falemos por ele, caso interrompamos nossa vontade de falarmos por nós. Suas palavras estão mortas se não nos dermos tempo para abri-lo. Assim como um amigo está para sempre perdido se não nos abrimos para ouvi-lo.

 

Um conto sobre últimas palavras. 

Just Now

"The words of a book shall be dead if we don’t find the time to open it [...] I remember quite well a day at kindergarten, when we went together to the bathroom and he decided to tell me a secret." 
 

A short story about last words.

Alfred e a Estante

 

"Meti a boca entre O Muro e A Imaginação e gritei." 
O que se perde quando se perde um livro?


Um conto sobre um homem obcecado por sua estante.

Sobre o que nos separa

"Desordenaram os trilhos de trem e isso causou um enorme problema – você pensaria estar num trem rumo à Nova Iorque e chegar em Kinshasa, ou rumo à Shangai e encontrar-se perdido em Instambul."

On bounds and tracks

"They laid the train tracks back to front and this caused a great deal of confusion – you’d think you were on the train to New York and arrived in Kinshasa, or to Shanghai and found yourself lost in Istanbul. [...] It was possible to get into a metro in Downtown Manhattan and then stop miraculously at Waterloo Station in London, or at Odéon in Paris. Trains loaded with coal and copper disappeared in Arizona and ended up in Russia and in Brazil. Chains of containers full of food appeared midway through the underutilized railways of sub-Saharan Africa and in South Asia [...]"

Aproveite o Kindle Unlimited: leia Minha sombra cabe ali à vontade
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